Centro Espírita André Luiz celebra 65 anos com música, poesia e palestras

O Centro Espírita André Luiz (CEAL) comemora neste domingo, 5 de outubro, 65 anos de atividades e convida toda a comunidade para uma tarde especial de confraternização. A celebração começa às 16h30, no Salão André Luiz, localizado na QE 16, Área Especial A, Guará I, e contará com uma programação repleta de espiritualidade, arte e união.

A tarde festiva será aberta com uma apresentação musical do Coral Irmã Scheilla, seguida de um emocionante momento de poesia com Gilberto Chaves. Em seguida, o público poderá acompanhar as palestras de Paulo Maia e Rívea, que abordarão reflexões sobre fé, solidariedade e amor ao próximo. Após as atividades, todos se reúnem para cantar os parabéns ao CEAL e compartilhar um bolo de aniversário com refrigerante, em um gesto simbólico de gratidão e alegria coletiva.

Mais do que uma comemoração, o evento reafirma o compromisso do Centro com o trabalho espiritual, social e comunitário que marca sua trajetória desde a fundação.

Uma história de fé, trabalho e amor ao próximo

Fundado em 1º de outubro de 1960, na Candangolândia, então Vila Operária, o Centro Espírita André Luiz nasceu da dedicação do servidor público Antonio Villela, transferido do Rio de Janeiro para Brasília pelo antigo Tribunal Federal de Recursos. Sentindo a necessidade de continuar suas atividades espirituais, Villela reuniu companheiros de jornada e, com o apoio do amigo Celso Xavier dos Santos, deu início à obra em um pequeno centro de madeira, construído com materiais cedidos pela Novacap.

O local abrigava não apenas reuniões doutrinárias, mas também a Campanha do Quilo, na qual voluntários arrecadavam alimentos e donativos para famílias carentes da antiga Vila do IAPI. Após algum tempo, a Fundação Zoobotânica solicitou o terreno onde funcionava o centro, e o CEAL, com apoio do Centro Espírita Apóstolo Estevão, do Rio de Janeiro, adquiriu sua nova sede no Guará I, onde permanece até hoje.

A construção da atual sede foi fruto de mutirões comunitários, liderados por Villela e pelo Sr. Pedro Lettieri, com o apoio de suas famílias e de voluntários como Odila Villela, Oneida e Ida Lettieri, que preparavam almoços para os trabalhadores. Outras figuras marcantes, como Maria Angélica e Sebastião Pereira Lopes, também deixaram sua contribuição para o fortalecimento da instituição.

Com 103 anos, o fundador Antonio Villela segue ativo como presidente do Conselho Deliberativo, símbolo de perseverança e fé. Também fundou o Centro Espírita Emmanuel, no Gama Oeste (1961), e o Centro Espírita Gregório Estêvão, na Barra da Pedra (RJ). Sua trajetória inspiradora foi reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça, que o homenageou ao completar um século de vida.

A atual presidência está sob a responsabilidade do Sr. José Luiz Dias da Silva, que há mais de 30 anos se dedica à casa, ao lado do vice-presidente Edgar Abadio Takao Hiraici.

A força da arte e o legado familiar

Entre as diversas frentes de atuação do CEAL, a arte ocupa um papel especial, conduzida há décadas por Sílvia Lúcia Villela, filha do fundador e diretora de cultura do Centro, ao lado de Geraldo Eustaquio Siqueira. “Desde que eu me entendo por pessoa, estou dentro da doutrina espírita. Sempre acompanhei o trabalho do meu pai e continuo trabalhando dentro do André Luiz”, conta Sílvia.

Ela explica que a área cultural é um dos pilares da casa: “Temos dois corais, grupos de canto e também recebemos artistas de fora que vêm divulgar a doutrina através da música. Foi um trabalho de muito sacrifício e renúncia. As pessoas que ajudaram na fundação eram simples e humildes, mas muito dedicadas. Muitas já partiram, e outras ainda continuam lá, ou seus descendentes, mantendo viva essa história”.

Em tom emocionado, Sílvia recorda com gratidão o empenho da família e dos primeiros trabalhadores: “Sou privilegiada por ter um pai desbravador e uma mãe que lutou bravamente para ajudá-lo na construção da casa, até vendendo cocadas para arrecadar fundos. É um filme que passa na minha cabeça e que guardo com muito carinho. São poucas as pessoas que têm a oportunidade de viver tudo isso e continuar na mesma trajetória.”

Uma obra sustentada pela fé e pela solidariedade

Hoje, o CEAL mantém uma estrutura sólida e acolhedora, oferecendo assistência social, atendimento fraterno, cursos doutrinários, evangelização infantil e juvenil, além de ações voltadas ao bem-estar da comunidade. Entre elas, destacam-se o grupo das Bandeirantes, que confecciona enxovais para mães carentes, o trabalho com moradores de rua, atendimentos odontológicos e cortes de cabelo gratuitos, além de bazares beneficentes.

Sem qualquer ajuda governamental, o Centro Espírita André Luiz se sustenta pela fé, pela solidariedade e pelo trabalho abnegado de seus colaboradores e frequentadores. Uma história construída por mãos voluntárias e corações comprometidos com o bem — e que, mais de seis décadas depois, continua a florescer no coração do Guará.

Postar um comentário

Os comentários não representam a opinião do "Folha do Guará". A responsabilidade é única e exclusiva dos autores das mensagens.

Não serão publicados comentários anônimos, favor identificar-se antes da mensagem com Nome+(cidade+UF).

Postagem Anterior Próxima Postagem