Delegação internacional visita biofábrica de mosquitos que combatem a dengue no DF

A biofábrica de wolbitos do Distrito Federal recebeu, nesta quarta-feira (15), uma delegação com cerca de 40 representantes da organização australiana World Mosquito Program (WMP). O grupo veio ao Brasil para conhecer de perto a tecnologia utilizada na criação de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia — uma ferramenta inovadora e sustentável no combate à dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

A visita fez parte de uma agenda internacional de intercâmbio técnico voltada à troca de experiências sobre o controle de arboviroses. A WMP, que atua em diversos países da Oceania, Ásia, Europa e Américas, mantém parcerias com governos e instituições científicas para reduzir a propagação de doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o projeto é desenvolvido em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Durante a visita, os representantes conheceram o processo de criação dos chamados mosquitos amigos, observaram as etapas de inoculação e participaram de uma ação de soltura na região da Estrutural. O coordenador regional de operações da Wolbito no Brasil, Caio Rabelo, destacou o papel estratégico da unidade do DF.  “Temos uma das maiores biofábricas de wolbitos do país, resultado de um trabalho coletivo exemplar. É um orgulho ver essa tecnologia sendo aplicada com tanto comprometimento”, afirmou.

O subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Fabiano dos Anjos Martins, ressaltou a importância da iniciativa para o fortalecimento das políticas de saúde pública. “A visita da delegação internacional reforça o reconhecimento do trabalho desenvolvido aqui. O Distrito Federal tem se tornado referência no uso de biotecnologia para o controle das arboviroses”, destacou.

Atualmente, a liberação dos wolbitos ocorre em diversas regiões do DF — como Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã —, além dos municípios goianos de Luziânia e Valparaíso.

Como funciona a tecnologia

Os wolbitos são mosquitos Aedes aegypti que recebem, em laboratório, a bactéria Wolbachia. Essa bactéria impede que o inseto desenvolva e transmita vírus como dengue, zika e chikungunya. Quando soltos na natureza, eles se reproduzem com mosquitos comuns, passando a bactéria para as próximas gerações. Com o tempo, a população de mosquitos com Wolbachia se torna dominante, reduzindo drasticamente a circulação das doenças.

Cuidados continuam necessários

Apesar dos avanços proporcionados pelo método, as autoridades de saúde reforçam que ele não substitui as medidas tradicionais de prevenção. A população deve continuar eliminando recipientes com água parada, utilizando repelentes e mantendo hábitos de higiene que evitem a proliferação do Aedes aegypti.

Visualmente, não há diferença entre o mosquito com Wolbachia e o mosquito comum — ambos têm o mesmo tamanho, aparência e comportamento. Por isso, ações individuais de proteção e controle continuam sendo fundamentais.

A iniciativa consolida o Distrito Federal como um dos polos mais importantes do país na aplicação de tecnologias biológicas voltadas à saúde pública e à redução das doenças transmitidas por mosquitos.

Com informações da Agência Saúde 

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