A visita de Celina Leão (PP) ao Guará, no último sábado (29/11), expôs, mais uma vez, a distância entre o discurso oficial e o sentimento real da população. Longe do ambiente controlado dos gabinetes e da bolha política que a cerca, a governadora em exercício foi recebida com uma vaia estrondosa no Salão de Múltiplas Funções do CAVE, durante a transmissão da final da Libertadores. Bastou que seu nome fosse mencionado para que o clima de festa se transformasse em protesto imediato — um termômetro claro do desgaste que acompanha sua pré-candidatura.
O episódio reacendeu o alerta entre aliados. A pré-campanha de Celina perdeu força com tanta rapidez que o PL, até então pilar estratégico de seus planos eleitorais, já avalia abandonar o barco. Para muitos, insistir num projeto que não consegue dialogar com a população é arriscar capital político em troca de rejeição certa. E o Guará, com sua reação espontânea e ruidosa, apenas confirmou isso.
Tentando se descolar do governo Ibaneis Rocha, Celina enfrenta o peso de uma gestão marcada por avaliações negativas em praticamente todas as regiões do Distrito Federal. No Guará, as vaias sintetizaram o que os números mostram sem rodeios: o governo perdeu a sintonia com as ruas — e qualquer candidatura que dependa dessa herança enfrenta um caminho acidentado.
Mesmo diante desse cenário, surgem pesquisas convenientes que colocam Celina em posição confortável para 2026. Resultados que destoam radicalmente da recepção popular e que levantam dúvidas sobre metodologias, interesses e, sobretudo, quem financia tais levantamentos. Enquanto isso, uma parte da mídia alimentada pelas verbas de publicidade do próprio governo tenta sustentar uma narrativa otimista que simplesmente não se confirma quando a pré-candidata encontra o eleitor cara a cara.
A verdade é que a diferença entre o mundo das pesquisas e o mundo real nunca pareceu tão grande. Nos relatórios, Celina avança. Na rua, despenca — e despenca sob vaias que ecoam como um aviso direto do Guará para todo o Distrito Federal.



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