Marias amplia programação com série de seminários sobre fotografia e autoestima de mulheres vítimas de violência

Encontros acontecem nesta terça (11), no CED 04 do Guará, e quarta-feira (12), no Instituto Umanizzare, com entrada gratuita

Após o lançamento do livro e a abertura da exposição, o projeto Marias, realizado pela Associação ARTISE de Arte Cultura e Acessibilidade, com fomento do Ministério da Cultura (MinC) e apoio do deputado federal Reginaldo Veras, segue ampliando sua programação com uma série de seminários voltados à reflexão sobre o uso da fotografia como instrumento terapêutico e de fortalecimento da autoestima de mulheres que vivenciaram situações de violência.

O primeiro encontro, intitulado “Marias: o uso da fotografia como instrumento terapêutico para elevar a autoestima de vítimas de violência”, será realizado nesta terça(11), às 20h, no Centro Educacional (CED) 04 do Guará, para turmas do 2º e 3º ano da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Já na quarta (12), às 19h30, o Instituto Umanizzare recebe uma palestra sobre o mesmo tema, voltada às mulheres atendidas pela instituição, mas aberta ao público em geral.

No total, o projeto prevê a realização de cinco seminários em escolas públicas e universidades do Distrito Federal, além de palestras em espaços que atendam vítimas de violência. A proposta é  levar o debate sobre arte, autoestima e enfrentamento à violência de gênero nos diferentes espaços de formação e acolhimento.

A exposição Marias, que esteve em cartaz na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) de 21 de outubro a 7 de novembro de 2025,  reúne imagens de dez mulheres que conseguiram romper o ciclo da violência doméstica, transformando experiências de dor em narrativas de resistência e reconstrução. O livro homônimo apresenta essas histórias em forma de retratos e depoimentos, revelando trajetórias que vão desde cárcere privado até tentativas de feminicídio. Tanto os ensaios quanto o livro digital podem ser acessados no perfil do projeto: https://www.instagram.com/mariasdapenha

Para a fotógrafa e idealizadora do projeto, Ísis Dantas, o Marias nasceu de um processo pessoal de reconstrução “A fotografia me ajudou a resgatar minha própria vida depois de um relacionamento abusivo. Quando comecei o projeto Marias da Penha, percebi que, por meio da arte, outras mulheres também podiam se reconhecer como fortes, belas e capazes de recomeçar. Cada retrato é um grito por dignidade e liberdade, e um convite à sociedade para romper o silêncio e se engajar nessa luta”, ressalta a idealizadora do projeto. 

Em um país que registrou 1.492 feminicídios em 2024, o equivalente a quatro mulheres assassinadas por dia, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2025, iniciativas como o Marias são fundamentais para fortalecer o enfrentamento coletivo à violência de gênero. Ao unir arte, educação e mobilização social, o projeto ajuda a reconstruir histórias, resgatar a autoestima e promover uma cultura de respeito e igualdade.

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