RE.FEITA: Movimento do Guará cria rede solidária de apoio e reconstrução para mulheres

Um gesto de acolhimento que começou no coração de uma moradora do Distrito Federal está se transformando em um movimento capaz de mudar rumos e resgatar histórias. Nesta sexta-feira (21), às 20h, a Igreja Caçadores de Deus, localizada na QI 8, Conjunto F, Lote 5, no Guará I, recebe o primeiro encontro oficial do RE.FEITA, iniciativa idealizada por Danielle Araújo, que decidiu transformar suas vivências e escutas em ação concreta.

O movimento nasce com uma proposta ousada e urgente: criar um espaço seguro para que mulheres possam recomeçar — não apenas no discurso, mas por meio de serviços reais e gratuitos como tratamento dentário, atendimento psicológico e cuidados de beleza. Tudo oferecido por voluntários que se uniram ao projeto ao reconhecerem a força que existe no ato de amparar outras mulheres.

Além dos atendimentos, o RE.FEITA funciona como uma engrenagem de solidariedade. A cada encontro, a organização recolhe doações de roupas, calçados e cestas básicas, que são redistribuídas entre as participantes. A proposta é garantir que o acolhimento seja integral — emocional, estético, material e humano.

Um recomeço possível para todas

Para Danielle, o movimento é mais do que uma iniciativa social: é um espelho das histórias que encontrou ao longo da vida. “Percebi que, apesar das diferenças, as dores se parecem. A gente carrega traumas, decepções, perdas… e vai guardando tudo, até ficar pesado demais. Descobri que dói menos quando a gente não precisa carregar sozinha”, contou.

Ela explica que o RE.FEITA nasceu para acolher justamente essas mulheres — reais, imperfeitas, cansadas, e, muitas vezes, com vergonha da própria dor. “Elas só querem se conectar, transformar a dor em propósito e lembrar que nunca estiveram sozinhas”, completa.

O movimento também se prepara para ampliar suas ações em 2026. Um dos planos é abrir uma turma gratuita de alfabetização, reforçando a visão de Danielle de que o acesso ao conhecimento é um dos caminhos mais potentes para recuperar a autonomia e reconstruir trajetórias. 

Uma rede de mãos que se estendem

O RE.FEITA se mantém vivo por meio do trabalho de voluntários que oferecem tempo, conhecimento e profissionalismo. Qualquer pessoa que deseje contribuir — seja com apoio técnico, doações ou serviços — pode entrar em contato pelo Instagram oficial do movimento (@re.feita.oficial), onde também são divulgadas as próximas reuniões.

Danielle reforça que o convite está aberto a todas. Não há seleção, não há pré-requisitos, não há “perfil ideal”: “Se algo doeu, marcou ou mexeu com você, aqui é o seu lugar. Toda mulher cabe no RE.FEITA.”

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